E já me passava despercebido que eu não mais acreditava em Deus como antes, também estava passando despercebida a realidade das coisas invisíveis. O Amor não estava sobre todas as coisas, então o nome de Deus não era tão importante.
E Jesus então? Estava passando despercebido a importância Dele em minha vida: Ele em minha vida, a Vida. Filho único de Deus, único Salvador meu, a única salvação, nascido no Pai antes de tudo. Deus humano, grande Homem Divino. O Caminho e a Verdade não estavam claro para mim, mas a Luz não passou despercebida. Ele tem algo de mim, Ele é consubstancial a Deus.
Olha! Já me passava despercebido tudo ao meu redor e que por Ele todas as coisas foram feitas: as flores, os pássaros, o encontro, a vida do alcoólatra sentado na praça que sequer ofereci um olhar... Estava me passando despercebido o valor que tem para mim a missa e a missa em si com seu incomparável valor. Sabe! Eu já não guardava os domingos e as festas de guarda. As festas de preceito não eram mais santas para mim. Eu Comungava ao menos pela Páscoa da Ressurreição, mas não comungava com o irmão. Jejuava e abstinha-me de carne conforme manda a Igreja, mas também me abstinha de atos de amor e permitia a intemperança.
E Maria então? Nela, que com seu SIM encarnou através do Espírito Santo a minha salvação, Ele que se fez homem. É... Já me passava despercebido que eu não honrava a Mãe e no mesmo espírito deixava de honrar o Pai.
Eu fui perdendo minha consideração por Aquele que foi crucificado padeceu e foi sepultado. Eu estava “matando em mim” o responsável pela minha ressurreição. Aquele corpo ensangüentado na cruz pelos meus pecados estava deixando de ser sagrado para mim, então fui perdendo o respeito pelas coisas sagradas e também pelo meu corpo. Não percebia que me ludibriava o falso testemunho, o desejo desmedido e a cobiça pelas coisas alheias.
Já me passava despercebido que o amor de Deus não estava agindo em mim, então não me sentia tão amado mais. Confessar, nem ao menos uma vez ao ano. A confissão perdeu espaço em mim, sem amor, eu nem me perdoava direito.
”A benção padre!” Quanto tempo não dizia isto, eu parei de desejar uma vida abençoada. E quanto ao sacerdócio então? Deixei-me enganar por situações isoladas, noticias negativas ou fofocas; acabei generalizando e perdi a admiração pelo meu pároco, eu perdi muito. Ele que é a figura do ressuscitado.
Acho que eu estava caminhando para o nada! Aliás, caminhando não, pois estava fora do Caminho. Já me passava despercebido que a vida em abundancia não existia, estava faltando Vida. Verdade então, eu estava me enganando. A fé? Quase acabara. Mas pergunto: pode se acabar aquilo que não se tem?
Já me passava despercebido que eu não acreditava tanto como antes Naquele que Ressuscitou no terceiro dia, subiu aos céus, e que há de vir ao meu encontro, em sua glória, para me oferecer o reino que não terá fim. O paraíso, Nele eternamente. Ele que continua me amando do mesmo jeito...foi eu que mudei. Meu espírito não comungara mais com seu Espírito e assim parei de adorar e glorificar a Trindade em minhas ações de coração.
Igreja! Ah Igreja. Você me passava despercebida. Como gosto de você. Lugar do encontro. Una, santa, católica e apostólica. Acredito no batismo. Espero a minha ressurreição e a dos meus entes queridos, e com anseio quero viver já o reino de Deus.
Como pude não perceber o quanto eu não era mais realizado! Eu percebi sim, que algo me faltava. Faltava-me a mim mesmo, faltava Deus...Já me passava despercebido que eu não enxergava mais, isto por que aporta estava fechada, e no meu molho de chaves nenhuma se encaixava. Foi quando pensei; ”não esta no meu molho de chaves a que eu preciso, eu vou abrir a porta porque quero abrir a porta, necessito abri-la”. Foi então que abrindo, lá dentro me encontrei. Encontrei o que tanto procurava. E busquei em tantos lugares, estava tudo tão perto. Ali sim tudo fez sentido, ali me realizei. Encontrei “A Chave” que abre todas as portas no caminho até e para vida eterna.
O FILHO PRÓDIGO CONTEMPORANEO.
Postado por
FABRICIO SILVA
sexta-feira, 19 de março de 2010
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